quinta-feira, 1 de julho de 2010

Suspenso.


E agora vejo como tudo me faz falta
Se uma parte estava morta
Agora nada mais existe
Não há nada além da janela do meu quarto
Além de folhas secas no chão
Se antes sair era uma obrigação
Agora não há mais nem motivos
Como você pode perder seu chão e sua terra
Quando o que mais se precisa
É algo no que se apoiar
A verdade vem aos poucos
E eu não consigo juntá-la
É como se não existisse mais corpo
Só algo muito frágil
E prestes a quebrar
Me suspendendo
Me guiando para algum lugar.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

E eu fico louca
Me olhando no espelho
Procurando outros rostos
Que eu queria encontrar

E eu fico louca
Olhando o relógio
Esperando a vida passar

Louca lendo seus poemas
Excluindo memórias
Que gostaria de guardar

Fechando os meus olhos
Dormindo com o medo
De ter que acordar

Digitando textos
Reprimindo o desejo
De te encontrar

Sentir seu cheiro
Acabar com o anseio
E apenas sonhar.

O som da chuva
Invade meus pensamentos
Suas gotas geladas
Refrescam minha alma
O vento frio
Se torna brisa leve
E eu viajo
Viajo com o toque das gotas
Em meu rosto
Meu corpo arrepia
E o sorriso aparece
Nesses momentos
As lágrimas não aparecem
E eu me sinto tão leve
Dias de frio
Dias de chuva
Dias em que o corpo
Encontra a alma

É como se o vento levasse
Um pouco da minha alma
Cada vez que passa
E agora resta tão pouco de mim
As ventanias
Levaram porções tão grandes.
Agora são só ventos calmos que passam
Tentando fazer com que eu aproveite
O pouco que restou
Mas também
Criando uma certa agonia
Por demorar tanto para chegar ao fim
Vento, ventania
A calmaria nunca chega

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Me procuro


Então nada mais importa
Tudo perdeu o sentido
Se há tempos a felicidade existiu
Hoje não passa de uma luz fraca
É, sabe o "velho jogo de sorrir"?
A luz não ascende
E o que realmente se quer
É desmanchar-se em lágrimas
E ele insiste em querer jogar comigo
Não vou mais deixar ele ganhar
Já que as lágrimas insistem em rolar
Dessa vez vão me dominar
Toda essa realidade me corrói
Toda essa falta de visão me perturba
Com os olhos vendados eu caminho
Procuro um caminho pra seguir
Me procuro
Mas sei que não estou aqui
Perdida no obscuro
Perdida dentro de mim.

Deixa eu gritar.




Eu quero gritar
Deixa eu pensar que fazendo isso
Tudo vai passar
Deixa eu tentar ser alguém,
Pondo tudo pra fora
Eu quero arrancar esse medo
De enxergar tudo em minha volta
Eu quero ver com outros olhos
E tentar ser alguém melhor
Eu quero gritar
Eu quero ver se algo vai mudar
Eu quero sentir que mesmo
Distante eu posso estar aqui
Deixa eu gritar
Talvez tudo se alegre
E os meus olhos
Dessa vez chorem por amor
E o sol possa brilhar
Como eu sei que já brilhou
Deixa só eu gritar
Tirando de mim essa dor.

domingo, 4 de abril de 2010


Na escuridão assim passo meus dias,
rezando para que um dia possa rever o sol.
Os dias felizes que passei
Hoje voltam na minha memória,
Fazendo sangrar a mais funda ferida,
Trazendo de volta as cicatrizes,
E a tona as tristezas dos meus dias.
A felicidade já não me encontra mais.
A minha face triste me acompanha,
E faz com que os outros se sintam mal,
Quando estão ao meu lado.
Meus sentimentos vão surgindo,
E eu não tenho como controlá-los.
A minha face ja transparece a dor que sinto,
Me deixando a merce do suicídio.